Andar a gente por calor e frio,
Sentir na pele o Inverno, o estio,
Das ruas calçadas, desertas, inundas
Do povo rico, remediado, imundo.Não faz ao gosto, o cansar, cobiça.
Que em se gostando, não vence a preguiça.
E assim se afina pela hora do sol,
Em Dó, em Lá, em Si ou Ré bemol.O bombardino, que é o mestre-escola,
Seguindo a tresloucada tarola,
Dá toda a primazia ao trompete,
Que acompanha com o clarinete.E não é soberba, tudo tem porquê,
E a música fala, o que a música vê:
A noite está quente, passa a procissão,
Que aguente lágrima, não há coração!É dia de festa, entra o sol nas janelas,
Cheira a carne temperada, perfume, donzelas.
E a criança, traquina, em que a cama não manda,
Grita à mãe que acorde, que vá ver a Banda!Serafim Ventura
Filed under: 1 | Leave a comment »